A família foi criada para que a especie humana pudesse sobreviver e se perpetuar. Os pais, tal como em espécies irracionais, serviriam não apenas para gerar, mas também para prover as condições necessárias ao crescimento e desenvolvimento de suas crias, até que elas alcançassem autonomia.

Família deveria ser, por definição: lugar de aprendizado, lugar de proteção, lugar de provisão. Casa deveria ser sinonimo de ninho, aconchego, amor.

As estatísticas sobre violencia domestica no Brasil e no mundo são assustadoras. Se pensarmos a família como primeira instancia onde se plasma a identidade de um sujeito, onde ele apreende a realidade externa através da lente particular de seus pais e irmãos, podemos então concluir que a violencia que se expressa na sociedade como um todo certamente tem respaldo, e frequentemente, origem, na cena familiar.

Na família adquirimos o código da linguagem. Com ele, o código da conduta moral, do que "vale" e do que "não vale". No discurso silencioso do comportamento dos pais, aprendemos o que pode ser ou não aceitável no mundo lá fora.

Pensemos: qual a mensagem implícita quando em um momento de conflito entre uma mãe e uma criança de quatro anos o primeiro recurso do qual lançamos mão são algumas palmadas? A resposta é explícita: o território do dominador é marcado pela força física e pelo jugo de um dominado em posição inferior. Palmadas, no entanto, não vêm sozinhas. Costumam se acompanhar por gritos e xingamentos onde aquele que apanha recebe também toda a carga de frustração que naquele momento irrompe do discurso materno/paterno. Passado o momento da "loucura", vêm o choro, confusão, certo arrependimento. Mas a mensagem já foi impressa na mãe/pai, e no filho. No próximo conflito, talvez 5 palmadas não sejam mais suficientes. Na próxima desobediencia, quem sabe usarão o cinto? Ou talvez beliscões, sugigões, puxões de cabelo, torção do braço... ESPANCAMENTO?.

Há quem defenda que o ser humano possui uma tendencia inata à violencia. Talvez herança de comportamentos pré-históricos, onde era preciso força física para caçar a presa. O fato é que com a aquisição da linguagem e do código moral há condutas que precisam ser compreendidas internamente como inaceitáveis. No entanto, esse mesmo código moral, por vezes tão distorcido porque herança cultural, durante séculos vem fornecendo o respaldo para a violencia amordaçada que acontece dentro dos lares, em todo o mundo.

É função dos pais darem educação, direção e proteção. Corrigir um filho é protegê-lo, muitas vezes, dos perigos aos quais ele estará exposto no mundo. Mas a pergunta que formulo é: Quando a correção passa a ser valvula de escape? Quando a correção passa a ser fetiche? Quando a correção passa a ser manifestação de dominação perversa?

É preciso olhar para dentro de nossas casas, com sinceridade. Que tipo de código temos construído nos usos e idiossincrasias de nossas famílias? Que tipo de família temos sido em nossa interação com a sociedade? Que tipo de seres humanos temos lançado no mundo, e para que alvos os lançamos?

Que a violência tão banalizada em nossos dias, seja banida de nossos discursos e vidas, ainda em tempo.

"Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão.
Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade." (Salmos 127:4)

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