Quando a maioria das pessoas pensa em assassinos como o "Maníaco do Parque" ou o "Bandido da Luz Vermelha", imagina pessoas que se sentem compelidas a infligir sofrimento a outros seres humanos, que apreciam causar medo e não sentem remorsos por suas ações.

E, de maneira geral, essas caracterizações procedem completamente.

Os assassinos seriais (e muitos outros tipos de criminosos violentos) são tipicamente considerados psicopatas, com traços agressivos e anti-sociais.

Mas nem todos os psicopatas são violentos - alguns são "simplesmente" manipuladores, desonestos e incapazes de experimentar emoções profundas, e podem se integrar à sociedade com relativa facilidade.

Um executivo de empresa cujas trapaças levem seus funcionários a perder o dinheiro economizado para suas aposentadorias e deixa seu posto sem demonstrar qualquer traço de arrependimento pode ser um psicopata.

Psicopatas, violentos ou não, não dispõem de consciência, de um compasso moral.

Não experimentam sentimentos de culpa pelos crimes e traições que cometem.

Um recente estudo do cérebro de psicopatas conduzido pelo British Journal of Psychiatry pode nos esclarecer um pouco sobre o que acontece - ou não - nas cabeças dessas pessoas.

Os psiquiatras e pesquisadores sabem há anos que os psicopatas respondem de maneira diferente aos estímulos externos, e teorizaram que essa resposta anormal está enraizada no cérebro.

A idéia é que os psicopatas processam informações de maneira diferenciada dos não-psicopatas, e numerosos estudos que empregam ressonância magnética funcional (fMRI) para visualizar a atividade cerebral sustentam essa interpretação.

Em 2003, um estudo apresentado em uma conferência realizada no Reino Unido demonstrou que quando pessoas "normais" mentem, existe atividade ampliada no lobo frontal, que sugere uma experiência de culpa e desconforto; mas quando os psicopatas mentem, não existe intensificação da atividade cerebral.

Um estudo anterior constatou que quando psicopatas vêem palavras com pesada carga emocional, como "estupro" ou "assassinato", as mudanças que ocorrem em sua atividade cerebral diferem completamente das mudanças que ocorrem nos cérebros de não psicopatas, diante das mesmas palavras.

A atividade cerebral ampliada, nos psicopatas, nem mesmo ocorre no sistema límbico, o centro de processamento da linguagem.

Em 2006, um grupo de cientistas ingleses publicou os resultados de um estudo que pode oferecer informação adicional sobre a base biológica da psicopatia.

Ao que parece, os psicopatas podem experimentar sinais de medo em outras pessoas de maneira que não é comparável àquela pela qual a maioria de nós o fazemos.

De fato, eles talvez não sejam capazes dessa experiência.

Ted Bundy, um psicopata americano executado em Janeiro de 1989 pelos bestiais homicídios de pelo menos 16 mulheres


O objetivo do estudo era testar a idéia de que os psicopatas não sentem empatia pelo que incomoda as outras pessoas - não são capazes de compreender, sentir ou reagir apropriadamente a isso -, porque não apreendem os sinais desse incômodo.

O estudo em questão, por exemplo, testava as respostas de nove pessoas "normais" e de seis psicopatas criminosos a sinais faciais e vocais típicos de medo e tristeza.

Todos os participantes estavam conectados a equipamentos de fMRI que mediam suas respostas neurológicas a estímulos.

Nesse contexto, "resposta" tipicamente significa fluxo ampliado de sangue e/ou acionamento acelerado de neurônios, os portadores dos sinais cerebrais.

Os pesquisadores exibiam aos dois grupos de participantes dois conjuntos diferentes de imagens: um composto por rostos felizes ou neutros e outro por rostos temerosos ou neutros.

As expressões neutras serviam para estabelecer o padrão de referência para a atividade cerebral.

Tipicamente, quando os não psicopatas viam um rosto feliz, as regiões fusiforme e extra-estriada do cérebro - principais responsáveis pelo processamento de imagens e expressões faciais - demonstravam ampliação de atividade, se comparadas à resposta exibida diante de rostos neutros.

Os cérebros dos psicopatas também demonstravam atividade ampliada diante das expressões felizes, ainda que em grau inferior ao constatado entre os não psicopatas.

No entanto, enquanto os participantes não psicopatas demonstravam alta semelhante na atividade cerebral diante dos rostos tristes, o mesmo não se aplicava aos psicopatas.

De fato, diante de imagens de rostos tristes ou chorosos, as imagens dos cérebros dos psicopatas mostravam menos atividade neurológica do que era o caso diante de faces neutras.

Os pesquisadores concluíram que, entre os psicopatas, os percursos neurológicos que supostamente processam sinais de problemas e incômodos alheios ou não funcionam, ou funcionam de maneira completamente diferente da que vemos na população como um todo.

Isso poderia explicar, ao menos em parte, porque os psicopatas não se identificam com o incômodo emocional que infligem às suas vítimas.

As conclusões do estudo podem ser úteis para a compreensão de como a psicopatia funciona em nível neurológico, mas em artigo para a BBC News (em inglês), o pesquisador Nicola Gray, da Universidade de Cardiff, que estuda psicopatas, explica que "ainda estamos bem longe de descobrir o que se pode fazer a respeito".

FONTE
\/
HowStuffWorks Brasil

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