03/02 - 09:00 - BBC Brasil
A polícia de Brownsville, no Texas, prendeu um casal que manteve a filha de 12 anos presa dentro de um armário por quase um ano.
Segundo o jornal local The Brownsville Herald, citando informações da polícia, a garota só era autorizada a deixar o cubículo para ir à escola e ao banheiro e, eventualmente, para se alimentar.
Alfredo e Leticia Ines, padrasto e mãe da vítima, foram indiciados no sábado por agressão à criança e retenção ilegal em cárcere privado. Segundo eles, a menina era mantida presa no armário para que não roubasse comida da geladeira.
Quando foi salva pela polícia, a garota, cujo nome não foi divulgado, estava desnutrida. Ela está agora sob cuidados de assistentes sociais.
A vida num armário
A garota passou os últimos doze meses entre a escola e o armário em que vivia. Seus pais não permitiam que ela assistisse televisão nem que brincasse com seus três irmãos de 11, 13 e 17 anos, que aparentemente não sofreram abuso similar.
A menina dormia em um amontoado de cobertas sobre o chão de cimento, relatou o jornal local com base em fotos da polícia.
No espaço, foram encontrados uma foto da Virgem de Guadalupe, um velho caderno amarelo e um balde branco.
Segundo a emissora texana de TV KRGV, era nesse balde que a menina urinava durante a noite. Ela era forçada a lavá-lo de manhã, antes de ir à escola.
Como no cubículo não havia iluminação, ela fazia sua lição de casa se aproveitando da luz que entrava pelas frestas do armário. Nas paredes, a polícia encontrou rabiscos e desenhos de estrelas feitos pela garota.
Quando foi salva, de tão desnutrida que estava, a menina aparentava ter apenas 8 ou 9 anos, e não os 12 que de fato tem. Além disso, ela estava dois anos atrasada na escola.
Salvamento
Em entrevista ao KRGV, a vizinha Cynthia Santiago contou que só descobriu o que estava acontecendo depois que a polícia a salvou.
A garota só foi descoberta porque um de seus irmãos denunciou os abusos na escola.
"Todos na casa sabiam o que estava ocorrendo, mas as crianças, por medo, mantiveram o segredo", informou a porta-voz da polícia local Jimmy Manrrique ao The Brownsville Herald.
Quando um deles resolveu falar, uma investigação foi aberta pelo serviço local de proteção à criança.
O órgão e os policiais querem saber agora porque somente a menina sofria torturas na casa e porque a escola não notou nada de estranho com ela.
Enquanto isso, os pais foram presos sob fiança de US$ 275 mil, a menina levada para a assistência social e seus irmãos para casa de parentes.
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Adicionado por Carlos José e Silva Fortes
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