Estava lendo um livro para a escola da minha filha e que me chamou muito a atenção, especialmente porque tem uma relação direta com uma matéria que li no Estadão. Em "A árvore que dava dinheiro", o autor conta como uma cidadezinha no interior do estado se modifica quando uma árvore é plantada e começa a dar dinheiro, só que esse dinheiro se esfarela ao sair da cidade, assim, as pessoas só podiam gastar ali, o que não era interessante porque os donos de armazéns não podiam pagar pelos produtos que tinham que ser adquiridos fora da cidade, ou seja, o dinheiro se desfaria. Então, as pessoas aprenderam que o dinheiro não é o que trás felicidade, mas a convivência com os familiares e pessoas que nos são importantes.

 

A matéria que li chega ao ponto extremo do ridículo. Crianças de 5 a 9 anos que participaram do Fashion Weekend Kids, em São Paulo, falam que já foram à Disney inúmeras vezes e que o ponto de discussão em uma sala de aula na escola foi acerca do fato de alguns alunos nunca terem ido à Disney, e esse era um problema que precisava ser resolvido. As meninas já estão aprendendo a juntar suas mesadas para comprar roupas da Chanel ou Givenchy, de modo que as mães dizem que não aceitariam as filhas usando roupas da Renner ou da C&A sequer para dormir. Quando uma delas diz que o marido é "intelectual" e por isso não gostava muito da questão, todas riram. 

 

Bem, se essas são as crianças que mudarão o mundo, com certeza vão criar mais grifes, mais shoppings e mais consumo, isso porque os pais, que são os responsáveis por dar valor a elas também são assim. O valor que passam aos filhos tem sido o da Dior, da bolsa, do sapato. Entretanto, quando se discute, aqui, questões sobre crianças que passam fome no Rio Envira, ou de pastores que abusam de crianças, ou mesmo de autoridades que nada fazem para impedir qualquer coisa, também estamos falando de falta de valores para as crianças que não sabem o que é o outro passar fome, acreditam que os que não têm a mesma condição de compra são inferiores. 

 

Tem um provérbio chinês que diz: "Se planejar para um ano, plante arroz. Se planejar para dez anos, plante árvores. Se planejar para 100 anos, eduque as pessoas". Nem é preciso dizer muito sobre a relação entre esse provérbio e a falta de valores e o fato de os pais não estarem se importando com isso. Tanto que é simples de se resolver qualquer problema de acordo com essas pessoas que acreditam que o dinheiro pode tudo: foi abusado pelo pai? Levo você à Disney. Não tem comida e nem trabalho? Mando você para Paris. Como se isso fosse resolver todos os problemas.

 

Exatamente por causa de pais como esses que as demandas das minorias não são atendidas, como já disse a rainha Maria Antonieta: "Se não tem pão, que comam brioches". A recompensa não é um abraço ou o apoio dos pais, mas sim uma bolsa nova ou um sapato ou uma calça. Então cabe aos pais que têm consciência escolher o valor que quer deixar para seus filhos para que eles se tornem pessoas de qualidade.

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