O DIREITO E A VIDA - Claudio Motta - Advogado e Professor

Toda profissão tem seus fins, e por mais notáveis que sejam, não podem ser maiores que os destinos do indivíduo, homem ou mulher, na constante e inesgotável busca da liberdade e da igualdade.

A partir da decisão de ser livre e igual, o ser humano se torna capacitado para conhecer, sentir, viver e vencer as contradições da vida e da lei, contradições essas que nos trazem ameaças, conflitos de interesses e competições desenfreadas, decorrentes das inovações científicas e tecnológicas, que nos absorvem, nos desgastam e, muitas vezes, nos alienam e nos despersonalizam.

As transformações do mundo atingem velocidades imprevisíveis, cabendo-nos vigiar e resistir ao ímpeto da inovação sem critérios, da mudança a qualquer preço, das variações que não acrescentam valores e que, tão somente, nos fazem menores e mais frágeis, pela impotência do pensamento de que não somos capazes de resistir.

Se é certo que não podemos repelir idéias e experiências, também o é que devemos discipliná-las, regulando as relações de forma pacífica, segura e duradoura, para estabelecermos uma vida digna e ordenada, que só o direito nos pode dar.

O direito deve ser vivo, para construir ligações calcadas na evolução social, nas mudanças constantes, políticas e econômicas, servindo à sociedade em crescente desenvolvimento.

Cabe-nos, entretanto, a consciência renovadora, para que possamos lutar contra os desvios sociais, contra a indiferença, combatendo a injustiça, a desigualdade em todas as formas, as mazelas que nos circundam a cada dia, para encontrarmos a paz e a segurança da nossa sociedade.

Lutar contra a pedofilia é uma dessas tarefas, e deve ser uma constante batalha, de cada um, e de todos.