Prevenir e combater o abuso sexual infantil é uma tarefa difícil para os pais, responsáveis e a sociedade em geral. Por isso, todos devem estar envolvidos nisso e uma forma útil de agir contra essa agressão é divulgando e vestindo a camisa do Todos Contra a Pedofilia. Pesquisando sobre o assunto, encontrei alguns dados alarmantes que serviram como base para alertar os que se preocupam com as crianças.
Na pedofilia - seja na forma do abuso doméstico ou da prostituição -, há sempre uma assimetria de poder. O abusado ou prostituído está nessa condição por ser muito mais frágil de quem se aproveitou dele. No Brasil, mesmo com a rede de proteção dos conselhos tutelares, varas da infância e adolescência, assistência social judiciária e delegacias de polícia especializadas, o privilégio do criminoso sobre a vítima se mantém depois do abuso e até da eventual punição. Isso se aplica, sobretudo, à prostituição.
A meu ver, a lei também não ajuda muito. Para os casos de prostituição infantil, há a exigência de que a denúncia seja feita pelos pais. Quando denunciados, os réus são enquadrados em “atentado violento ao pudor” e em “estupro com presunção de violência”, no caso de menores de 14 anos - cada crime com prisão de 6 a 10 anos. Geralmente primários, saem rapidamente da prisão - quando chegam a ficar nela. Seu dissabor é passageiro, mas sofrimento das vítimas não acaba nunca.
Calcula-se que, no Brasil, todo dia, 165 crianças e adolescentes sofram algum tipo de violência sexual. A quantidade de casos deve ser muito maior, porque nem todas as vítimas podem contar o que acontece, pois são ameaçadas e, às vezes, o crime nunca é descoberto. E o mais triste: em geral, os agressores são pessoas que a criança conhece.
O abuso sexual na infância e na adolescência, além de ser uma violência, prejudica o desenvolvimento físico e mental. O desejo sexual pelo outro deve ser encarado como algo natural entre os humanos, mas, para ser saudável, deve acontecer só depois de nosso organismo estar preparado. Antes disso, o corpo e a mente ainda estão amadurecendo. As substâncias que nos preparam para a atividade sexual, chamadas hormônios sexuais, só começam a ser produzidas na adolescência. Mesmo assim, esse é só o começo de um processo que finaliza na vida adulta. É natural que uma criança tenha vontade de descobrir como é o próprio corpo ou o do amiguinho da mesma idade. E o abusador se aproveita disso. A diferença é que o adulto sabe o que é certo, a criança não. “A infância e a adolescência são fases de aprendizado. Não é saudável que um adulto, que já está em outra etapa da vida sexual, interfira nesta descoberta”, explica a médica hebiatra Lígia Reato, coordenadora da Faculdade de Medicina da Fundação ABC.
Na internet, muitos crimes dessa natureza se espalham como praga pelo fato de os pedófilos acharem que podem se esconder e acabam usando a inocência das crianças para praticar seus crimes. Para combater isso, denúncias contra a pedofilia na internet podem ser feitas em órgãos como: Ministério Público Federal, Polícia Federal ou Interpol.
A Interpol – associação que reúne autoridades policiais do mundo todo –, por exemplo, combate ferozmente a pedofilia e não dá tréguas para a modalidade. A internet é o canal e o meio mais usado para a propagação da rede de pedofilia mundial. Com dinheiro disponível, os praticantes da pedofilia hospedam seus sites em provedores do leste europeu ou do Oriente Médio – em tese, difíceis de ser rastreados. O pedófilo é um depravado moral, cuja finalidade é realizar seus desejos e instintos sexuais com crianças.
“Pedofilia é um transtorno, uma alteração no cérebro, mas não é considerada doença. Se fosse, o pedófilo tomaria um remédio e seria curado. Ele precisa de tratamento e acompanhamento psicológico”, explica Aderbal Vieira Jr., especialista em dependência sexual do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) da Universidade de São Paulo. Por mais que a ciência tente explicar como funciona a mente de um pedófilo, não seria fácil descobrir. Primeiro, por causa da frieza com que comete seus crimes. Depois, por causa da mente torpe e fora da realidade.
Um pedófilo raramente usa da violência para convencer uma criança, valendo-se de artifícios e da linguagem infantil. Segundo a ONG italiana Telefono Arcobaleno, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial dos sites votados à pornografia infantil. Esse instituto trabalha com conhecimentos da Interpol, do FBI e de polícias de outros países. Em 2008 – últimos dados disponíveis – foi identificado, por meio de denúncias, o surpreendente número de 42.396 sites de pedofilia em todo o mundo com concentração mais expressiva na Alemanha, Holanda e Estados Unidos. Importante destacar que, em 2003, o Brasil ocupou a 4ª posição neste ranking.
Outro dado assustador é fornecido pela Interpol, de que a pornografia infantil virtual movimenta cerca de US$ 5 bilhões anualmente. Esse número pode dobrar, pois é somente uma estimativa, com base na internet, sem considerar clubes e entidades que reúnem pedófilos do mundo inteiro. Os números são terrivelmente assustadores e a prática está longe de ter um fim, pois as autoridades andam no rastro dos criminosos, e tão logo uma rede é descoberta, outras tantas entram em operação. Daí a importância da conscientização de todos para denunciar.
Sem sombra de dúvidas, o papel da família é essencial na recuperação física e emocional da criança que sofreu abuso sexual. A atenção que deverá proporcionar a esta criança não deve somente centrar-se no cuidado das suas lesões físicas, mas deve ser acompanhada por outros profissionais para dar-lhe também acompanhamento psicológico.
Não espere mais. A opressão física e moral que passam as crianças que sofrem desse temível abuso justificam uma atitude de todos nós em benefício da proteção de crianças e de adolescentes. Ajudem a divulgar o “Todos contra a pedofilia” e vista a camisa pra valer. Denuncias podem ser feitas pelos sites:
http://www.prsp.mpf.gov.br/; http://www.dpf.gov.br/; http://www.interpol.int/.
Adicionado por Carlos José e Silva Fortes
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