A conscientização e a mobilização são estratégias fundamentais no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Por isso, o desejo e a coragem de discutir sobre o assunto devem ser motivos para falar por muitas crianças que sofrem de abusos diariamente neste país.

Pode nos parecer que tal desvio sexual contra crianças é recente, no entanto, não tenhamos tanta certeza assim. A pedofilia, no passado, era tolerada ou ignorada, o que foi sendo modificado gradativamente com a aprovação de tratados internacionais que culminaram com a aprovação da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, em 1989 pela ONU que, em seu artigo 19, obriga os Estados à adoção de medidas que protejam a infância e a adolescência do abuso, da ameaça ou da lesão à sua integridade sexual.

No Brasil, a pedofilia não está tipificada no Código Penal. Juridicamente, está enquadrada nos crimes de estupro e de atentado violento ao pudor, agravados por presunção de violência. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece pena de prisão e multa em casos de pornografia infantil, atividade criminosa que também está associada à pedofilia. Os legisladores brasileiros estão atentos ao problema, que foi amplamente abordado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia. Os parlamentares buscam ampliar a legislação e aperfeiçoar as leis para, finalmente, caracterizar a pedofilia como crime hediondo. Nesse sentido, mais de três dezenas de proposições tramitam no Congresso Nacional com o objetivo de criminalizar condutas. É necessário que sejam criadas medidas para conter esse tipo de atividade, estabelecendo punição rigorosa para pedófilos, homens que molestam sexualmente crianças, abusadores e exploradores de um comércio ilícito e desumano.

Mas, infelizmente, há muita gente a favor da pedofilia. Inúmeros sites estimulam a prática, ensinam a assediar crianças e até exibem cenas com exploração sexual de menores. As vergonhosas redes de prostituição e “venda” de crianças e adolescentes não são segredo para ninguém, contudo, muitos acreditam que a pedofilia é um problema só de padres, pobres e bêbados. Nos casos de crime de pedofilia, as denúncias não são apenas de pessoas desempregadas, nem mesmo de pessoas que não tiveram acesso à escola. São também de doutores. No Brasil, a pedofilia veste terno, anda de carros de luxo e está nas colunas sociais.

Ora! Quem é o pedófilo? O pedófilo é uma sombra, um indivíduo acima de qualquer suspeita. Pode ser o marido da sua melhor amiga, seu amigo, um professor, um padre, um pastor. Em suma, alguém em quem você confia. Os agressores estão no nosso meio e circulam na sociedade como pessoas “normais”. Para atrair suas vítimas, constroem uma relação de confiança momentânea – muitas vezes, por meio da internet.

Por isso, vale lembrar que lugar de computador não é no quarto com as portas fechadas, mas na sala. Os pais precisam saber com quem seus filhos estão conversando. Alguns vão dizer: “isso é uma violação à liberdade do filho”. O fato é que milhares de crianças são aliciadas nos sites de relacionamento e os pais devem exercer suas autoridades para que isso seja evitado.

O problema é que tem se tornado cada vez mais comum o fato de crianças usarem sites de relacionamentos de madrugada, longe da fiscalização dos pais – ou, muitas vezes, com o consentimento deles. Ainda há aqueles pais desavisados que batem no peito e dizem: “eu não sei nada de computador, mas meu filho de oito anos já sabe tudo”. No entanto, é comum que, em situações como essas, a criança ou o adolescente utilize inadequadamente as opções de contato nas redes virtuais. Nesse contexto, a Internet é utilizada pelos pedófilos para realizarem suas fantasias sexuais, trocarem e comercializarem fotos, filmes, CD-ROM, entre outros. Tudo isso faz girar milhões de dólares em todo mundo. É lamentável esse mercado bizarro. Fotos e vídeos de bestialidades com crianças estão entre as mais comercializadas na WEB.

O adolescente entra no bate-papo e começa a conversar sobre sexo – muitas vezes com imagens exibidas pelo webcam – e vão teclando. Depois de dias, quando o pedófilo percebe que a vítima já está “libidinosamente laçada”, o abusador marca um encontro. Isso acontece no Brasil inteiro. A mente da vítima passa a ser sexualmente trabalhada a ponto de o adolescente fazer sexo com um adulto como se isso fosse natural.

Quando um pedófilo é preso, normalmente é solto após seis meses, um ano. Aí, perguntamos: “por que ele foi solto?”. A justiça, com sua capa negra, responde: “bom comportamento”. Claro! Não havia criança perto. A ocasião não faz o bandido. Revela-o. Os casos jurídicos não podem ser tratados como apenas episódios já previstos pelo sistema penal. Lei “X”, artigo “Y” e pronto. O réu está enquadrado em um código inflexível, podendo ser solto, antecipadamente, por bom comportamento.

O sigilo cala dezenas de vítimas, esconde traumas e oculta verdades. Por isso, o silêncio é a alma da pedofilia. Num país em que o crime usa mais infantes do que drogas para se impor, a sociedade deve ser ativa contra isso. Não permita que uma criança seja apenas um objeto de prazer. Denuncie.

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Comentário de Cíntia Carla em 8 outubro 2010 às 14:59
Muito interessante seu texto, principalmente no que diz respeito a utilização da Internet, devemos usar todas as formas de prevenção e com certeza é necessário o uso do computador de forma consciente para que ninguém seja prejudicado.

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